Uma alimentação sustentável é aquela que, sendo culturalmente aceite e acessível, permitirá satisfazer todas as necessidades fisiológicas da população mundial com alimentos seguros, ao mesmo tempo que assegura o respeito pela biodiversidade e ecossistemas, sendo economicamente justa e viável, e faça um ótimo aproveitamento dos recursos humanos e naturais combatendo o desperdício. (fonte: www.dgav.pt)
“Os nossos futuros sistemas alimentares
precisarão de fornecer dietas acessíveis
e saudáveis para todos e meios de
subsistência decentes para os trabalhadores
do sistema alimentar, preservando os
recursos naturais e a biodiversidade e
enfrentando desafios como as alterações
climáticas.”
FAO, 2020
Um alimento sustentável é produzido com recurso a métodos de produção que respeitem o ambiente e os animais, não sendo processado, de modo a minimizar a quantidade de recursos utilizados como a água ou o combustível. A sazonalidade e o local deve ser prioritariamente de produção direta, respeitando o bem-estar ambiental, animal, do consumidor e produtor.
No sentido de impulsionar o efeito da sustentabilidade e seus benefícios na alimentação, a horta biológica tem vindo a ganhar adeptos. Hoje em dia existe hortas comunitárias em vários locais em Portugal e no Município da Nazaré também desde 2020, tendo começado o projeto com 19 lotes na primeira “Horta Comunitária” da Nazaré, localizadas na Urbanização do Rio Novo. O espaço é destinado a munícipes que não possuam terreno próprio passam a dispor de um espaço onde podem plantar os seus alimentos (feijão, courgette, alfaces, cenouras, batatas, couves, etc.); árvores de fruto ou plantas aromáticas e medicinais.
O conceito de agricultura urbana tem em vista a produção para consumo próprio, o aumento da produção de produtos frescos e a sustentabilidade ecológica, bem como uma forma de reabilitação de espaços públicos, redução de resíduos e não só.
“ A valorização desses espaços, o que traz claras melhorias na qualidade de vida das populações e na valorização do parque habitacional entre muitos outros benefícios, como o envolvimento da comunidade e aproximação entre vizinhos; minimização na produção de resíduos, reciclagem e compostagem, para além de ser uma forma de reduzir os sintomas de stress”.
As hortas comunitárias vêm cimentar uma forma dos nossos dias de sustentabilidade e de consumo de produtos biológicos, que contribui para a redução das emissões de CO2 associadas aos transportes longos e do uso de embalagens, nomeadamente de plástico. Prevê-se como um efeito multiplicador, pois futuramente teremos comunidades de bairros inteiros a consumir produtos naturais biológicos e sustentáveis.
A importância da integração de produtos sustentáveis e biológicos na nossa dieta é essencial para conseguirmos combater as adversidades que estamos e iremos enfrentar com as alterações climáticas.
A Dieta Mediterrânica descoberta como conceito, pelo fisiologista americano Ancel Keys que, nas décadas de 50 e 60 do século XX, efetuou estudos sobre a relação entre os padrões alimentares e a doença cardiovascular e tirou conclusões sobre o impacto positivo, na saúde humana, da alimentação praticada pelos povos do mediterrâneo, quando comparada à alimentação praticada por populações de outras regiões do globo. (fonte: www.dgav.pt)
Em Portugal, cerca de 35 mil portugueses morrem anualmente por doenças cardiovasculares, que continuam a ser a principal causa de morte e representam um terço de toda a mortalidade da população, embora muitas dessas mortes e desse sofrimento prolongado pudessem ser evitados por uma mudança simples nos hábitos alimentares.”
Serviço Nacional de Saúde, 2020
A dieta mediterrânica caracteriza-se pelo predomínio de produtos vegetais, como fruta, cereais, frutos secos e leguminosas, tendo também como consumo o peixe de forma moderada e dando preferência a carnes brancas em detrimento das carnes vermelhas. Utiliza o azeite como principal fonte de gordura, e ao nível de lacticínios sugere o consumo moderado, bem como no vinho, e retirar ou consumir de forma baixa os açucares.
Algumas medidas para uma alimentação mais saudável e sustentável passa por:
- Privilegiar a compra dos alimentos a produtores locais
- Prefira alimentos frescos, locais e de época.
- Adopte os princípios da Dieta Mediterrânica.
- Reduza o desperdício na preparação e confeção dos alimentos
- Reaproveite as sobras de outras refeições.
- Atente aos prazos de validade dos produtos.
- Prefira embalagens familiares, ao invês de embalagens individuais, minimize a compra de produtos embalados e reutilize as embalagens.
- Adira à compostagem.
- Promova a Alimentação Saudável.
No âmbito da partilha de boas práticas alimentares e sustentáveis foi produzido um e-book Alimentar Boas Práticas: da Produção ao Consumo Sustentável 2020, onde compila 46 iniciativas que oferecem uma visão não exaustiva das ações, projetos e programas em curso em Portugal.
Este livro de boas práticas é o resultado de contributos de promotores privados, da administração central e local, do terceiro setor e da academia, o que se reflete na riqueza e variedade de iniciativas documentadas.
Pode descarregar o e-book na seguinte página:
https://quercus.pt/2021/07/09/ebook-alimentar-boas-praticas/