SISTEMA GESTÃO DE ENERGIA

CONCEITO

Atualmente, não haverá tema mais em voga do que o da energia e as alterações climáticas. Dos preços da energia, passando pelo impacto das alterações climáticas, até à dependência dos combustíveis fósseis, os tópicos relacionados com a energia são a fonte das mais variadas discussões, debates e notícias. Este é um tema transversal a todos os setores da sociedade. De alguma forma, todos nós, do cidadão comum aos órgãos decisores, estamos conscientes de que podemos, e devemos, contribuir para reduzir a ‘pegada de carbono’.
No contexto empresarial atual, as questões económicas associadas à utilização da energia encontram-se, igualmente, na ordem do dia, o que torna fundamental que as organizações estabeleçam os sistemas e processos necessários para melhorar o seu desempenho energético. O aumento do preço da energia e o seu impacto na estrutura de custos das organizações é cada vez maior.
Logo, uma adequada gestão da energia pode transformar este risco numa oportunidade, na medida em que contribui para o aumento da competitividade, através da redução da fatura energética.
O potencial de poupança numa instalação vai para além da boa qualidade do projeto, dos equipamentos instalados ou do recurso às renováveis. Depende, em grande medida, do modo como se utilizam os equipamentos, da definição dos processos e da capacidade de todos os que colaboram com as organizações em reconhecer, na utilização racional da energia, um valor primordial à sua atividade.
A implementação de Sistemas de Gestão de Energia permite uma redução das emissões de gases com efeito de estufa e outros impactos ambientais associados.

OBJECTIVOS

As várias formas de energia utilizadas numa instalação consumidora e a complexidade das diferentes transformações que estão associadas à sua utilização, justificam a necessidade de uma gestão rigorosa. Novos requisitos legais relacionados com energia, soluções tecnológicas, métodos inovadores, requisitos de práticas e competências estão a ser introduzidos no mercado global por
governos, indústria, produtores de energia e fornecedores, prestadores de serviços, professores e investigadores, organismos de normalização e organizações ambientais e de consumidores.
A publicação pela ISO – International Organization for Standardization – da nova norma ISO 50001:2011 “Energy management systems – Requirements with guidance for use” (Sistemas de Gestão de Energia – requisitos e orientações para utilização) – veio definir os requisitos para um Sistema de Gestão de Energia (SGE) permitindo às empresas estabelecer os sistemas e processos necessários para melhorar o seu desempenho energético global, incluindo a utilização, consumo e eficiência energética. A norma inclui, também, um anexo informativo com orientações à implementação deste referencial. O objetivo da norma é a redução de custos com energia, a redução das emissões de gases com efeito de estufa e o aumento da sustentabilidade das  organizações através de uma gestão sistemática da energia.
A ISO 50001:2011 baseia-se na metodologia “Plan-Do-Check-Act” e desenvolve-se de acordo com o esquema ao lado. A norma requer, entre outros, que a organização desenvolva e implemente uma política energética, estabeleça objetivos, metas e planos de ação, que os monitorize e que procure, continuamente, melhorar os seus indicadores de performance energética.
A ISO 50001:2011 é aplicável a todos os tipos de organizações (públicas ou privadas), independentemente da sua dimensão, condições geográficas, culturais e sociais. Tal como acontece com outras normas de sistemas de gestão, nomeadamente na ISO 9001 (sistemas de gestão da qualidade) e na ISO 14001 (sistemas de gestão ambiental), a complexidade do sistema deve ser
adequada à dimensão da organização, de forma a maximizar os proveitos decorrentes da implementação.
Resumindo, a norma fornece um quadro de referenciais que permitem às empresas:

_desenvolver uma política para o uso mais eficiente da energia
_fixar metas e objetivos para atender à política
_usar dados para melhorar a compreensão e a tomada de decisões referentes ao uso de energia
_medir os resultados
_analisar a eficácia da política
_melhorar continuamente a gestão de energia

 

EQUIPAMENTOS

A excelência do projeto das estruturas, dos equipamentos e processos, associada à tomada de consciência dos utilizadores e ao conhecimento dos técnicos que interagem com os equipamentos instalados, são elementos fundamentais para maximizar o potencial de poupança.
Na implementação de um Sistema de Gestão de Energia (SGE), existem diversos equipamentos que podem auxiliar o Gestor de Energia a alcançar os objetivos traçados, nomeadamente:

Monitorização e medição
Os equipamentos de monitorização e medição são, de um modo geral, todos os dispositivos utilizados para registar valores de diversas variáveis e que forneçam essa informação ao Gestor de Energia ou até ao utilizador comum. São exemplo disso:

_analisadores de rede elétrica: possibilitam monitorizar o consumo de energia elétrica em determinados circuitos ou em determinadas áreas de uma instalação

_termómetros: permitem a visualização de temperatura e, desta forma, uma melhor avaliação das temperaturas ideais ou de conforto de determinado local.

Sensores e Controlo
Os sensores e respetivos equipamentos de controlo ou atuação são aqueles que permitem aos equipamentos um funcionamento “automático”, mediante necessidades registadas através dos
sensores. São exemplo disso:
_sensores de presença: permitem que a iluminação seja ligada apenas quando o sensor de presença deteta movimento
_sensores crepusculares: permitem que a iluminação seja ligada apenas quando o nível de iluminação descer abaixo de determinado valor
_termóstato: possibilita que determinada temperatura, seja ela ambiente ou de equipamentos térmicos, seja mantida dentro de determinado valor

Gestão Técnica Centralizada

Outra solução possível para melhorar a eficiência energética de uma instalação é a Gestão Técnica Centralizada, vulgarmente conhecida pelo acrónimo GTC. A GTC é um instrumento que permite, ao longo dos muitos anos de vida expetável do edifício, estabelecer, adaptar e readaptar estratégias operacionais, monitorizar todos os sistemas e órgãos vitais do edifício e ajudar efetivamente o seu gestor técnico na condução diária, de modo a satisfazer, com eficiência, as suas reais necessidades. Trata-se de uma solução mais completa que engloba os tipos de equipamentos anteriormente referidos e que permite a adoção de medidas pré-definidas que conduzem à utilização racional de energia e disponibilização de informação para a tomada de decisão.

Objetivos e possibilidades da GTC

_centralizar e visualizar a informação relevante dos consumos energéticos, através das tecnologias mais avançadas e disponíveis

_comparar, de forma analítica e crítica, os consumos energéticos registados com valores de referência internos e externos – instalações com uso equivalente devem ter consumos energéticos semelhantes
_avaliar os comportamentos energéticos estáticos e dinâmicos, de modo personalizado para cada instalação, e tendo em conta todos os custos inerentes
_aplicar as fontes de energias renováveis, considerando os fatores ecológicos e económicos

_minimizar as emissões de CO2, assegurando uma proteção sustentável do ambiente para o futuro
_utilizar equipamentos e materiais certificados com rendimentos garantidos e aplicar soluções tecnicamente inovadoras
_interligar todas as instalações técnicas do edifício, através de sistemas de automação abertos e flexíveis
_harmonizar as tecnologias da envolvente do edifício, a gestão técnica e a engenharia de sistemas
_alertar os utentes para o uso exemplos de arquitetura de gestão técnica centralizada racional e responsável das instalações, aumentando a sensibilidade pelos consumos de energia

_assegurar a redução dos custos de exploração

 

Garantir a eficiência energética de uma instalação não passa, apenas, por ter equipamentos eficientes, mas depende, também, da forma como é feita a gestão dos consumos de energia, e para tal, o uso de equipamentos de auxílio à gestão de energia apresenta-se como uma boa solução para alcançar, com sucesso, os objetivos pretendidos.
No entanto, a gestão de energia não se faz sem a tomada de decisão. Como tal, todos os equipamentos afetos à medição e monitorização só se justificam se houver a adequada capacidade de report e a tomada de decisão sobre as informações recolhidas.

 

O SGE NO MUNICÍPIO

Para o Município da Nazaré a gestão energética é muito importante e é uma parte importante da politica energética do Município. Assim, em conjunto com a OesteSustentavel, agência intermunicipal de Energia,  a EDP distribuição e outros parceiros, tem sido implementadas medidas de eficiência energética.

Preve-se a aquisição de um sistema de monitorização da iluminação publica.

Preve-se a instalação de sistemas de gestão inteligente em edifícios municipais.

Foram instalados relógios solares nos PT de iluminação publica.

Mudança das Iluminação publica para LED´s

Foram feitas diversas candidaturas a financiamento para a aplicação desses sistemas.

 

RESULTADOS OBTIDOS

Este é um projeto que deu os seus primeiros passos, mas que começa já a apresentar os seus resultados.

A instalação de relógios solares permitiu uma diminuição no consumo na ordem dos 5%.

A mudança para LED´s, que foi terminada no inicio de 2020, preve uma poupança na ordem dos 30%

Os sistemas de gestão de iluminação, seja na iluminação publica, seja em edifícios preve uma poupança na ordem dos 20%.